ATA DA SEPTUAGÉSIMA
NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
TERCEIRA LEGISLATURA, EM 04-10-2004.
Aos quatro dias do mês de outubro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Professor Garcia e Raul Carrion. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cassiá Carpes,
Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Helena Bonumá, João Bosco Vaz,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sofia Cavedon e Wilton Araújo.
Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os
trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Pedido de
Providências n° 1896/04 (Processo n° 4781/04) e o Projeto de Lei do Legislativo
n° 200/04 (Processo n° 4744/04); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de
Providências nos 1907, 1908 e 1909/04 (Processos nos
4800, 4801 e 4802/04, respectivamente); pelo Vereador Pedro Américo Leal, o
Pedido de Providências n° 1895/04 (Processo n° 4775/04). Também, foram apregoados
os Ofícios de nos 397 e 398/04, de autoria do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei do
Executivo nº 047/04 (Processo nº 4837/04) e o Projeto de Lei Complementar do Executivo
n° 004/04 (Processo n° 4836/04). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
162362, 162454, 162516, 162809 e 162834/04, da Senhora Márcia Aparecida do
Amaral, respondendo pela Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde; Comunicado nº 138505/04, do Senhor José Henrique Paim Fernandes,
Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Após, a
Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Celso
Floriano Stefanoski, Coordenador do Sindicato dos Professores do Estado do Rio
Grande do Sul – SINPRO/RS, que discorreu sobre atrasos no pagamento de salários
de funcionários, técnicos e professores das escolas e do centro de atendimento
mantidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – de Porto
Alegre. Em relação ao assunto, mencionou as tentativas feitas para regularizar
essa situação e propugnou por fiscalização mais efetiva por parte deste
Legislativo, em relação ao repasse de verbas públicas para a APAE de Porto
Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Cláudio Sebenelo, Raul Carrion e Guilherme Barbosa manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, a Senhora Presidenta
registrou a presença do Senhor João Constantino Motta, Presidente do Grupo
Hospitalar Conceição; do Deputado Federal Adão Vilaverde, do Partido dos
Trabalhadores; da Senhora Manuela d’Ávila, Vereadora eleita de Porto Alegre; e
do Senhor Paulo Roberto Rivera, Presidente municipal do Partido Comunista do
Brasil. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib comentou as eleições
municipais realizadas ontem, reiterando sua idéia de que a função principal do
Vereador é mais fiscalizar o cumprimento da legislação vigente do que fazer
leis. Ainda, analisando seu desempenho eleitoral nas votações anteriores, citou
a votação expressiva que Sua Excelência obteve nas urnas e lembrou que no ano
de dois mil e cinco iniciará seu nono mandato como Vereador de Porto Alegre. O
Vereador Professor Garcia agradeceu, em nome do Partido Socialista Brasileiro,
a confiança que os eleitores de Porto Alegre depositaram em seu nome,
referindo-se à votação alcançada por Sua Excelência nas eleições municipais.
Nesse sentido, destacou ser muito gratificante receber manifestações de carinho
da população, ressaltando que isso aumenta a responsabilidade do parlamentar
como representante da comunidade na Câmara Municipal de Porto Alegre. O
Vereador Raul Carrion discorreu acerca do processo eleitoral realizado ontem,
cumprimentando os Vereadores eleitos para a próxima Legislatura e agradecendo a
confiança depositada pela população em seu nome, registrando ter sido o quarto
Vereador mais votado no Município. Também, externou seu orgulho pela votação
obtida pelo PCdoB em todo o País e afirmou que parlamentares como Ibsen
Pinheiro e Paulo Odone, eleitos Vereadores de Porto Alegre, qualificarão esta
Casa. A Vereadora Sofia Cavedon, agradecendo a confiança da população pela sua
reeleição, avaliou as exigências que a campanha eleitoral impõe aos candidatos
e teceu considerações sobre o resultado da composição da Câmara Municipal de
Porto Alegre para a próxima Legislatura. Também, salientou que a participação
popular nos processos democráticos do Município é exemplo para o mundo todo,
frisando a relevância dessas decisões para o futuro da Cidade. O Vereador
Ervino Besson saudou os Vereadores eleitos em Porto Alegre, expressando sua
satisfação por ter sido reeleito à vereança e declarando estar ciente da
responsabilidade de representar novamente o povo de Porto Alegre nesta Casa.
Ainda, reportou-se à eleição de seu irmão, Elói Antônio Besson, como prefeito
do Município de Portão, esclarecendo a significância desse fato, haja vista a
origem humilde de sua família e as dificuldades pelas quais passaram durante a
juventude. O Vereador Aldacir Oliboni comentou o processo eleitoral ocorrido no
País no dia de ontem, agradecendo o voto recebido da população porto-alegrense,
que garantiu a continuidade de Sua Excelência por mais um mandato como Vereador
deste Legislativo. Ainda, defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores à
frente da Prefeitura Municipal, mencionando questões atinentes às políticas
públicas de saúde e ao Programa de Orçamento Participativo vigentes na Cidade.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão: o Projeto de Lei do
Executivo n° 045/04 e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 014/04,
discutidos pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos
189 e 197/04, o Projeto de Resolução n° 110/04; em 3ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 109/98, 115, 187, 194 e 192/04, este
discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Resolução nos
106, 107 e 109/04. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Beto Moesch teceu
críticas às gestões ambientais desenvolvidas pelos Governos Estadual e
Municipal, solicitando dos órgãos públicos medidas mais eficazes em termos de
preservação dos parques e áreas verdes de Porto Alegre. Nesse sentido, destacou
problemas verificados junto ao Parque Estadual Delta do Jacuí, que, mesmo sendo
considerado reserva ecológica, vem sendo invadido para construção de imóveis
residenciais. Às quinze horas e quatorze minutos, constatada a inexistência de
quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora
Margarete Moraes e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João
Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Passamos à
O Sr. Celso Floriano Stefanoski, representando o Sinpro/RS, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao atraso no pagamento de salários da Escola Dr. João Alfredo de Azevedo, pelo tempo regimental de dez minutos.
O SR. CELSO FLORIANO
STEFANOSKI: Srª Presidente, Srs. Vereadores, nós estamos
utilizando esta Tribuna Popular para expressar e trazer a público o histórico
de descaso que estão sofrendo os professores, técnicos e funcionários das
escolas e do Centro de Atendimento mantidos pela APAE/Porto Alegre. Esses professores
e funcionários já estão sofrendo atraso de salário desde dezembro de 2003.
Só para esclarecer aos Srs.
Vereadores e às Sras Vereadoras, a Escola Nazaré atende em torno de
127 alunos, tendo 21 professores e 13 técnicos. O Centro de Atendimento ao Excepcional
atende em torno de 92 portadores de deficiências e possui dois professores e
dois técnicos. E a Escola Dr. João Alfredo, cujos professores no momento se
encontram em greve, atende em torno de 120 alunos. Essa situação está-se
agravando cada vez mais, pois esses profissionais já estão há quatro meses sem
receber os seus salários.
Nós, do Sindicato, temos feito
contato permanente com a Direção da APAE/Porto Alegre; temos buscado, junto a
eles, um calendário, para que se possa regularizar a situação desses
profissionais. Não tendo, da parte da Direção, uma proposta concreta, não
tendo, da parte da Direção, a disposição de buscar um calendário de
regularização dessa situação, o Sindicato não teve outra alternativa a não ser
ingressar na Justiça pedindo Antecipação de Tutela, para que haja o pagamento e
a regularização da situação desses profissionais, que se encontram, sem dúvida,
em situação muito difícil e precária.
Os atrasos vêm ocorrendo desde
dezembro de 2003; porém, agora, em função do atraso dos salários de junho,
julho, agosto e o de setembro, que está vencendo amanhã, esses profissionais já
não têm como se locomover até a Escola para realizar as suas atividades, para
exercer a sua atividade pedagógica e o seu empenho com os alunos, que hoje estão
paralisados em função do atraso de pagamento aos professores.
O Sindicato dos Professores está
trazendo, então, a público, que, depois de todas as tentativas de diálogo, não
tendo havido disposição por parte da Direção da APAE/Porto Alegre, no dia 30 de
agosto - no primeiro momento -, os professores e técnicos fizeram uma
paralisação de um dia. Essa paralisação foi noticiada pela imprensa, e também
foi feito um esclarecimento à comunidade. Do dia 31 de agosto até o dia 12 de
setembro, a comunidade também teve as suas aulas interrompidas, houve a redução
de jornada de trabalho dos professores, que, em protesto, trabalharam das 8h às
10h. Mesmo assim, a Direção da APAE não apresentou nenhuma proposta e nenhum
calendário. Portanto, no dia 13 de setembro, houve, em assembléia geral, uma
decisão de paralisação total das atividades na Escola Dr. João Alfredo, que
fica na Zona Sul, no bairro Vila Nova, e que atende 120 crianças, adolescentes
e adultos portadores de deficiências.
Queremos deixar claro aos Srs. Vereadores,
às Sras Vereadoras e à comunidade que não houve, por parte da APAE,
interesse de buscar resolver essa situação. Por isso estamos usando esta
tribuna e buscando junto a esta Casa alguma interferência, pois existe, por
parte da APAE, a alegação de que, na sua grande maioria, os recursos que mantêm
a Escola são recursos do Poder Público. Estamos solicitando que haja o apoio
dos Srs. Vereadores, das Sras Vereadoras, no sentido de averiguar,
no sentido de buscar conferir se realmente existe atraso dos repasses públicos
para essas instituições, porque, se esse é o problema, temos de solucioná-lo,
pois as atividades docentes estão sendo interrompidas, a comunidade escolar
está sem o seu atendimento, e, portanto, nós estamos vivendo uma situação
dramática daqueles alunos que tanto necessitam desses serviços que os
professores e técnicos têm prestado.
Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, entendemos que a regularização dessa situação é crucial e urgente.
Sabemos que todos têm outros compromissos, mas, também, essa comunidade, essa
Escola está paralisada e na iminência de ter os seus serviços interrompidos. É
necessário que se busquem alternativas para encaminhar o retorno dos
professores às aulas e a regularização das verbas públicas para essa
Instituição, e nós entendemos que é compromisso também da comunidade e também
desta Casa encontrar alternativas para que possamos solucionar essa situação e
buscar, realmente, a qualidade da educação, os serviços prestados e o retorno
dos profissionais que, por muito tempo, trabalharam sem receber, trabalharam
praticamente quatro meses sem receber, e, neste momento, como a situação se
agravou, muitos dos profissionais não têm recursos para se deslocar à Escola. O
Sinpro/RS, embora tenha entrado com uma ação buscando a regularização dessa
situação na Justiça, está também tornando pública essa situação e buscando
outras alternativas.
Queremos registrar que a
APAE/Porto Alegre está passando, neste momento, por uma auditoria. E nós
entendemos que uma instituição que lida com o dinheiro público, que lida com a
arrecadação na comunidade, deve ter um acompanhamento, sim, do Poder Público,
dos Vereadores, pois é necessário que a gestão pública seja democrática, seja
transparente. Portanto, nesta Tribuna Popular, estamos solicitando que haja uma
fiscalização, que haja um olhar diferenciado da Câmara para com as verbas
públicas, uma averiguação para ver se realmente está havendo o atraso dos
repasses públicos para a instituição APAE/Porto Alegre.
Agradecemos este espaço e, mais
uma vez, estamos buscando apoio para que se regularize essa situação,
propiciando, assim, que os profissionais possam voltar às suas atividades, que
os alunos, que tanto necessitam desses atendimentos, possam retomar as suas
atividades normais. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Margarete Moraes): Agradeço ao Sr. Celso Floriano Stefanoski o seu
pronunciamento, convido-o a fazer parte da Mesa.
O Ver. Cláudio Sebenelo está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Srª Presidente, Dr. Celso Stefanoski, a sua
denúncia é de extrema gravidade; a Escola Dr. João Alfredo de Azevedo com seus
pagamentos atrasados durante quatro meses inviabiliza qualquer tipo de
trabalho, transforma-se em uma escola sem professor, como se fosse um paciente
sem médico ou um filho sem família. Nós ficamos extremamente preocupados com
esse tipo de denúncia, e acho que a Comissão de Direitos Humanos deveria,
através do Presidente Cassiá Carpes, oferecer-se para mediar essa situação,
pela gravidade da denúncia, especialmente quando os fatos da sua denúncia
envolvem escolas de excepcionais. Realmente, nós ficamos horrorizados com a
possibilidade do desaparecimento dessa Escola, na medida em que os professores
não são pagos e não têm, muitas vezes, nem dinheiro para o transporte até a
Escola. Isso é desumano, isso não pode acontecer, e nós estamos juntos em
qualquer circunstância, inclusive, pedindo à Sra. Presidenta que
encaminhe esse assunto para Comissão de Direitos Humanos como uma decisão da
Mesa da Câmara, no sentido de que o Ver. Cassiá Carpes, que é Presidente da
Comissão, diligente, competente, faça com que essa intermediação da Câmara
termine com essa situação absurda, desumana, irreal. Isso é incompatível com a
idéia de educação!
Eu quero dar parabéns ao Dr.
Celso Stefanoski, pela coragem de vir aqui e fazer essa denúncia. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Prezado Celso Floriano Stefanoski, prezado amigo do Sinpro, queríamos
dizer que estamos tomando conhecimento do problema nesta tarde, em oportunidade
da sua vinda. Essa é a importância da nossa Tribuna Popular. Quero dizer que a
Bancada do PCdoB está à disposição para intermediar qualquer negociação que
solucione o problema, buscando um entendimento. E gostaríamos, sim, de receber
mais subsídios, se possível; inclusive por escrito para podermos fazer as
averiguações devidas, os contatos e tentar solucionar esse problema. Então, um
grande abraço. Conte com a Bancada do PCdoB. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Professor Celso, os meus cumprimentos; colega de
atividades pelo Sinpro, também a nossa Bancada se coloca à disposição ao saber
de um problema tão complicado, ainda mais quando se refere a uma Escola com
esse tipo de atividade difícil, com um aspecto humanitário muito profundo,
nenhum deles deveria estar passando por isso, seria o último local que se
esperaria estar passando por essas dificuldades. Então, também a gente se
coloca à disposição para que realmente a apuração dessa denúncia se amplie e
para que o problema seja resolvido. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Não há mais Vereadores que desejam se manifestar.
Eu quero agradecer ao Sr. Celso Floriano Stefanoski, Coordenador do Sindicato
dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul, que falou sobre o atraso no
pagamento de salários da Escola Dr. João Alfredo de Azevedo.
E quero responder ao Ver. Cláudio
Sebenelo no sentido de que esta Presidência encaminhará essa questão à Comissão
de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Câmara.
Muito obrigada por sua presença,
seja sempre bem-vindo.
Quero registrar, com muito
carinho, a presença do nosso sempre Vereador, ex-Presidente desta Casa, nosso
querido companheiro, hoje Diretor do Grupo Hospitalar Conceição, João
Constantino Motta. Também quero anunciar a presença do querido Deputado Federal
pelo PT Adão Villaverde.
Passamos às
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Pedro Américo Leal.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, ontem se encerrou um momento importante da vida política do
Município. Estabelecemos por voto popular quais serão os dois candidatos a disputar
o segundo turno. E, por outro lado, para nós, já definitivo, o povo escolheu os
seus 36 representantes para a próxima Legislatura. Lamentavelmente, serão 36, e
eu gostaria que fossem 21, mas respeito a vontade da Justiça Eleitoral, que
definiu 36. Alguns dos nossos colegas não retornarão no próximo ano. Novos
colegas chegarão, e espero que a nova Legislatura tenha mais preocupação com o
dever/poder de fiscalizar do que com o fazer leis, leis e mais leis.
Alguns dos nossos colegas eleitos
- reeleitos, melhor dito - poderão, também, nos deixar, porque adquirem o
direito de assumir vaga na Assembléia Legislativa. Vai ser uma decisão de cada
um, vai pesar as suas possibilidades, as suas responsabilidades, examinar com o
seu Partido o que deve ser feito.
Este Vereador obteve uma
expressiva votação, sem dúvida nenhuma. Entra para o seu nono mandato, também
sem dúvida nenhuma, apesar de que alguns Vereadores tentam calcular horas de
mandato, eu nem conhecia isso. Se o Vereador saiu para ser Secretário de Obras,
ou para ser Secretário de Governo, ou para ser Secretário de Transportes, ou
Diretor do DMAE, alguns Vereadores dizem que isso não é mandato. Eu sei que
esses que dizem dessa forma correriam imediatamente se fossem chamados para
assumir uma Secretaria na Prefeitura, para servir o povo de Porto Alegre. De
qualquer forma, ouço com tranqüilidade. Como eu disse, é o meu nono mandato.
Do primeiro ao nono, eu fui olhando a votação que fazia: três mil e quinhentos votos na primeira eleição; sete mil votos, na segunda eleição; oito mil, praticamente, na terceira; doze mil e quatrocentos na quarta eleição. Portanto, sempre crescendo. Na quinta eleição, eu obtive nove mil e duzentos votos, mas houve alteração no número dos quadros partidários, e essa alteração fez com que, obtendo nove mil e duzentos votos, eu fosse, dos eleitos, o mais votado. Perdi para a Ver.ª Jussara Cony, que não atingiu, pelo seu Partido, coeficiente eleitoral. Depois dos nove mil e duzentos votos, eu fiz dez mil e setecentos votos. Após, fiz doze mil e novecentos votos; depois, fiz dezesseis mil, quinhentos e trinta votos. Portanto, uma votação crescente. E, agora, eu não fiz uma votação que eu pudesse dizer que foi crescente. Eu entendo que o povo de Porto Alegre - que tem confiado em mim e tem encontrado, da minha parte, ressonância, porque eu sinto a responsabilidade que me é atribuída - está-me dizendo que, talvez, eu deva parar, eis que, desta vez, a votação não cresceu em relação à anterior. E, provavelmente, esse é o caminho que deve ser percorrido por este Vereador, que, em momento nenhum, deixará de ser o fiscal intransigente, duro, rigoroso, absolutamente sério, lidando com números, e, abaixo desses números, vêm as assinaturas do Prefeito, do Secretário da Fazenda e do Secretário do Planejamento.
E eu ainda vou continuar
perguntando: se o Município recebeu 427 milhões de reais, no ano passado, para
o SUS, e apresenta, no balanço da Prefeitura, 251 milhões, onde estão os outros
176 milhões que eu sei que foram aplicados em algum lugar, mas não na Saúde, da
forma que deveriam? Porque, recebendo 427 milhões, deveriam dar ao povo de
Porto Alegre um padrão de saúde melhor do que aquele que tem sido oferecido.
Portanto, eu vou continuar no meu
mandato, agora e no próximo, perguntando: onde está o dinheiro da Prefeitura?
Não importa quem seja o Prefeito. O dinheiro da Prefeitura, arrecadado através
de impostos, deve ser usado para a realização de obras e serviços, e não para
colecionar dinheiro nos bancos, em CDBs. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Além de registrar a presença do Diretor do GHC,
João Motta; do Deputado Estadual Adão Villaverde; também quero registrar a
presença da estudante Manuela D’Ávila, Vereadora eleita de Porto Alegre,
Vice-Presidente da UNE no Sul, e também a presença do Paulo Roberto Rivera,
Presidente Municipal do Partido Comunista do Brasil, PCdoB. Sejam bem-vindos.
O Ver. Professor Garcia está com
a palavra em Comunicações.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, hoje, um dia após as eleições municipais de Porto Alegre, encerrada
a votação para Vereadores e Vereadoras, eu venho, em nome do Partido Socialista
Brasileiro, agradecer a confiança dos eleitores na nossa votação e dizer que,
com muita alegria e responsabilidade, a partir do próximo ano, estaremos
assumindo o terceiro mandato nesta Casa. Sempre digo àqueles que me ouvem que
estou Vereador; sou professor, continuo atuando.
E, numa campanha, é muito
gratificante, principalmente após terminar o pleito, receber tantas
manifestações de carinho, de apreço, de amizade, inclusive de parte de pessoas
que, ficamos sabendo, por exemplo, deixaram o hospital e, acompanhados do
médico, fizeram questão de votar; isso nos sensibiliza, gratifica e também
aumenta cada vez mais a nossa responsabilidade para com o povo de nossa Cidade.
Os quase trinta mil votos que o PSB conseguiu garantiram uma cadeira, e esta
cadeira, mais uma vez, pelo terceiro mandato consecutivo, coube a mim. Eu
quero, em nome também da minha família, do nosso gabinete, da nossa Bancada,
dizer do trabalho desenvolvido, do trabalho realizado no Município de Porto
Alegre, da interação feita na questão dos Projetos... Eu sempre digo que a
grande maioria das leis não sai da nossa cabeça, mas da discussão com o povo da
cidade de Porto Alegre.
Então, de forma simples, singela
e fraterna, gostaria de agradecer a cada um dos quase seis mil eleitores que
depositaram em nós, mais uma vez, a sua confiança. O que nós esperamos é que
essas pessoas acompanhem o nosso mandato, que nos cobrem, a fim de que
possamos, cada vez mais, continuar atuantes, cobrando a fiscalização, propondo
alteração e criação de novas leis. Quero também dizer da minha alegria
particular em agradecer ao povo de nossa Cidade por mais um mandato: este
Vereador vai completar doze anos de Vereança nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Professor Garcia o pronunciamento.
O Ver. Raul Carrion está com a
palavra em Comunicações.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa; demais
Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, na tarde de hoje, aqui e também
nas suas casas; um abraço, em especial, à nossa Vereadora eleita para a próxima
Legislatura, Manuela D'Ávila, que nos visita nesta tarde, e ao nosso Presidente
Municipal, Paulo Roberto Rivera.
Como não poderia deixar de ser,
neste momento, eu queria fazer algumas referências ao processo eleitoral que
acabou de se realizar no dia de ontem. Em primeiro lugar, quero dar uma grande
saudação a todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, sejam os que foram
reconduzidos pelas urnas, sejam os companheiros que, por alguma razão - como o
Ver. Pedro Américo Leal, que não concorreu -, não alcançaram a reeleição, mas
têm a perspectiva, muitos desses Vereadores e Vereadoras, no processo que se
dará a partir do ano que vem, de assumirem inúmeras vezes aqui ou até
definitivamente as suas vagas.
Queria agradecer de modo
especial, também, ao povo de Porto Alegre e aos eleitores que, nesse domingo,
demonstraram a sua confiança também no meu nome. Foram mais de 11.500 votos;
3.246 votos a mais do que na última eleição, o que é, evidentemente, um grande
incentivo à continuidade do nosso trabalho, um reconhecimento ao nosso trabalho
nesta Casa. Deram-me a honra de ser o quarto mais votado de Porto Alegre e o
segundo mais votado da Frente Popular, sendo que, na eleição passada, eu havia
sido o oitavo mais votado de Porto Alegre e o quarto mais votado da Frente
Popular. E, mais do que tudo, orgulha-me, ao final desse processo, a enorme
votação que o nosso glorioso Partido Comunista do Brasil fez, o Partido saiu,
Verª Sofia Cavedon - vitoriosa também nesse pleito -, extremamente reforçado,
dobrando a sua Bancada e aumentando a sua votação em 187%. O PCdoB é Partido
mais antigo deste País, o mais perseguido e, em 82 anos de luta, teve 60 anos
de perseguição, de ilegalidade. Evidentemente esse resultado enche de orgulho
todos os comunistas e fará com que, no próximo ano, tenhamos uma Bancada de
dois Vereadores.
Nós tivemos a honra de adentrar
no plenário com a nossa futura Vereadora, já eleita, Manuela D’Ávila, surgida
das lutas da juventude do nosso povo, militante desde os 17 anos no PCdoB,
Vice-Presidente Sul da UNE, Dirigente Nacional da União da Juventude
Socialista, Dirigente Estadual do Partido, há bastante tempo, Dirigente
Municipal do PCdoB, integrante do Secretariado do Partido Comunista do Brasil
de Porto Alegre. Em suma, não é só uma Vereadora eleita - e a todos,
evidentemente, chama a atenção a sua simpatia, a sua capacidade de comunicação
-, muito mais do que uma musa das eleições deste ano, é uma grande militante
revolucionária que trará uma contribuição política à nossa Câmara.
Nós também parabenizamos e vemos
com júbilo a eleição do candidato mais votado, o ex-Deputado Ibsen Pinheiro,
ex-Presidente da Câmara de Deputados em Brasília, qualificando também,
certamente, a nossa Casa, bem como a eleição do nosso ex-Deputado Paulo Odone,
ex-Presidente da Assembléia Legislativa, mostrando a qualidade desta Casa,
independente de divergências eventuais.
Então, fica aqui, com toda a
humildade, o agradecimento do PCdoB ao povo de Porto Alegre, que soube
reconhecer, em 3 de outubro, a caminhada, o trabalho, a seriedade e o
compromisso do Partido Comunista do Brasil com o povo brasileiro, com o povo
gaúcho e com o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Raul Carrion.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Margarete
Moraes; prezados colegas Vereadores, cidadãos que acompanham os trabalhos desta
Câmara, é hoje um momento de ressaca e de falta de voz para a maioria de nós,
porque essa primeira etapa da campanha eleitoral exigiu muito de quem vive
plenamente este momento democrático. Sempre uma campanha é um momento
cansativo, mas é um momento de vida democrática, de cidadania, e essa é a
principal conquista que precisa ser registrada hoje, nesta Casa, no
Legislativo. Porto Alegre é uma cidade da democracia. Muito jovem na
democracia, este País viveu, nesses três meses, um debate intenso de projetos,
de projetos e sociedade, de discussão do Estado Público, de discussão do
protagonismo da população, de discussão no financiamento do público, do
contrato social que significa fazer política. Porto Alegre vive uma das suas
experiências mais significativas nesses 16 anos, e isso está em debate, não
tenho dúvidas, em cada família, em cada comunidade, em cada associação de
moradores.
Nós tivemos a oportunidade de
confrontar inúmeras formas de enxergar a política, mas temos certeza de que,
cada vez mais, o cidadão de Porto Alegre tem capacidade de crítica, de análise,
de participação consciente, porque ele, aqui em Porto Alegre, não exerce a sua
cidadania apenas no momento do voto e da eleição. Porto Alegre é exemplo para o
mundo inteiro, exemplo que traz o Fórum Social Mundial, que prevê para janeiro
mais de cento e cinqüenta mil participantes. Em Porto Alegre, as pessoas são
chamadas a fazer política o ano inteiro, são chamadas e são respeitadas como
seres políticos, como cidadãos plenos. E eu tenho certeza de que cada um de
nós, Vereadores, ao andar por todos esses cantos da Cidade, encontramos mais
pessoas questionando, analisando, querendo saber dos projetos, posicionando-se,
confusas, sim, porque, no momento da eleição, muitas versões são colocadas, mas
uma certeza nós podemos ter: nós acumulamos cidadania, qualidade democrática
nesta Cidade. E esses cidadãos de Porto Alegre vão construir o futuro da sua
Cidade com muita reflexão e exigindo muita coerência no próximo período. Não é
à toa que esta Cidade está entre as 24 cidades com possibilidades de futuro do
mundo. Quando nós investimos, quando ela optou pela participação direta como
forma de governo, ela exigiu formação para isso, investiu em educação, desde a
alfabetização de adultos, desde a garantia da escola para todas as crianças, e,
mais do que isso, uma escola flexível, com o olhar para a diferença, apostando
na continuidade e na capacidade de todos aprenderem, desde a garantia da
possibilidade de um adulto cursar o Ensino Fundamental. Hoje mais de oito mil
alunos, cidadãos desta Cidade, fazem parte da EJA, da educação de adultos, até
a educação infantil, que é feita em parceria - sociedade civil e Governo - além
das creches, das escolas infantis próprias. Toda essa gama de rede que trabalha
a educação vem fortalecer o cidadão pleno, o cidadão que lê, o cidadão atento,
o cidadão que exige muito da política e dos políticos.
E isto é o que nós temos de
comemorar no final dessa primeira etapa da eleição: uma cidade politizada, uma
cidade que vai saber distinguir, sim, projetos concretos, claros, de quem já
fez, de quem está construindo com a cidadania, de quem tem compromisso com essa
cidadania, com a profunda democratização, de outros projetos que vendem idéias
impossíveis, apenas alardeando uma cidadania, mas que nunca foram executados
enquanto Governo. Esta é a nossa expectativa, a nossa aposta para esse próximo
período: que o salto de qualidade que a Cidade já vivencia continue. A cidade
de Porto Alegre optará por continuar fazendo política o ano inteiro,
controlando o público, tornando-os, cada vez mais, cidadãos plenos.
Agradeço a todos os cidadãos a
minha reeleição. Tenho certeza de que estaremos à altura da responsabilidade
que nos foi colocada mais uma vez. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Obrigada, Verª Sofia Cavedon. Esta Presidência
equivocou-se por duas vezes no período de Comunicações. O Ver. Ervino Besson está
com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
Posteriormente, falará o Ver.
Aldacir Oliboni em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Renato
Guimarães.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela
TVCâmara, quero saudar a todos. Quero fazer um agradecimento muito fraterno e
cordial às 6.462 pessoas que foram às urnas depositar seus votos para este
Vereador. Digo a essas pessoas e para a comunidade de Porto Alegre que estamos
cientes da responsabilidade. Se as pessoas foram às urnas e deram o seu voto de
confiança a este Vereador, é porque acreditam na proposta e no trabalho deste
Vereador. Estou preparado, sim, para defender o nosso povo, para defender a
nossa querida Porto Alegre. Quero, também, parabenizar e saudar os novos
Vereadores e Vereadoras eleitos, como também os que não conseguiram se
reeleger. Mas a vida é assim; outros desafios virão. As pessoas têm de estar
tranqüilas, porque a vida continua, e não será por uma derrota que deverão
desanimar, porque, como em todas as profissões, há vitórias e há derrotas, e as
pessoas têm de estar preparadas para isso. Eu também quero agradecer ao meu
colega, Ver. Nereu D’Avila, por ele ter-me concedido este tempo no período de
Comunicações, para que eu fizesse esse pronunciamento no dia de hoje.
Meus queridos e minhas queridas
pessoas que nos assistem pela TVCâmara, quero fazer um reconhecimento aqui,
nesta tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre, ao meu irmão mais novo, Elói
Antônio Besson, que foi eleito Prefeito na cidade de Portão. Eu digo isso, meus
caros telespectadores, com muito orgulho, porque nós pertencemos a uma família
muito humilde. Quando nós viemos da cidade de Casca para morar em Portão, a
primeira tristeza que nós tivemos foi a perda da nossa querida mãe, em 1961. E,
passados alguns meses, nós tivemos uma alegria: a luz elétrica na nossa
residência. Em Casca, onde morávamos, não havia luz elétrica. Então, minha cara
Presidenta, quando nós fomos morar em Portão, foi a primeira vez que nós
tivemos luz elétrica na nossa casa. Deus traçou um destino para cada um de nós:
meu irmão mais novo foi para a Aeronáutica; hoje ele está na Reserva e, por
três mandatos, foi o Vereador mais votado em Portão. Agora, concorreu a
Prefeito de Portão e se elegeu, portanto é um reconhecimento daquela comunidade
pelo trabalho sério e honesto voltado principalmente ao povo mais carente.
Quanto a mim, eu me elegi
Vereador desta Cidade pelo terceiro mandato. Então, mais uma vez, quero
agradecer a esta Cidade, quero agradecer às pessoas que compareceram às urnas e
depositaram o seu voto na minha pessoa. Eu quero dizer que estou preparado,
sim, para defender uma proposta. Aquelas pessoas que votaram em mim conhecem a
minha posição, conhecem as minhas propostas. Eu vou lutar, sem dúvida nenhuma,
aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre para estar ao lado dessas pessoas
defendendo seus interesses e os interesses da nossa Cidade, da nossa querida
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Renato Guimarães.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Nobre Presidente Margarete Moraes, senhores e
senhoras; Vereadores e Vereadoras, público que nos acompanha neste momento,
todos estamos, é claro, bastante eufóricos e agradecendo com muito carinho, com
muito amor a todos aqueles que se agregaram à nossa campanha. De modo especial,
quero-me referir aos meus sete mil e poucos votos, pessoas que confiaram, que
acreditaram não só na proposta, no mandato deste Vereador, mas, de modo
especial, nos companheiros e companheiras da Frente Popular, no grande
companheiro Raul Pont e na companheira Maria do Rosário; juntos lutamos nesta
primeira etapa das eleições.
Há mais de vinte e cinco anos eu
também vinha do interior do Estado, da cidade de Sananduva, no Rio Grande do
Sul, e buscava dias melhores na Capital. Diante desta grande Metrópole, eu
tentava competir no mercado com os estudantes da época e aí, então, consegui
constituir-me como cidadão aqui nesta cidade de Porto Alegre, a qual nós
escolhemos não só para morar, mas também para constituir família, para aqui
poder lutar por dias melhores para os nossos filhos e para aqueles que virão
depois de nós.
Acreditamos que, nesse tempo, a
Frente Popular tem demonstrado, sim, um excelente trabalho, o que nós
percebemos nas caminhadas que fizemos ao longo desta campanha. Nós, Vereadores,
que temos identificação com diversos segmentos, pudemos perceber claramente que
eles se sentiam incluídos no nosso Governo, e, então, a partir desses mandatos,
qualquer Vereador ou Vereadora que aqui está tenta também demonstrar claramente
a forma de governar, de incluí-los na cidade de Porto Alegre.
Nós percebemos, de modo especial
na área da Saúde, na qual há mais de vinte anos venho trabalhando, que o
Governo fez uma infinita ampliação dos seus serviços, mas é preciso fazer mais.
Existiam mais de dois mil servidores naquela época, há mais de seis anos, agora
são mais de seis mil, assim mesmo, em alguns lugares faltam funcionários para
poder ampliar os serviços e para melhor atender a população. Nós queremos, sim,
não só a humanização dos serviços, mas lutar por esta Cidade, para que ela seja
uma Cidade acolhedora para todos aqueles que vêm do interior do Estado, que
seja uma Cidade cheia de paz, de amor - como é Porto Alegre - para todos
aqueles que aqui chegam e a escolhem para constituir sua família, sua moradia,
enfim, a sua vida total.
Nesse sentido, quero, de coração
muito alegre, com uma estrela brilhando, dizer que esta eleição foi para nós um
exemplo não só de paz, de humildade, mas, acima de tudo, de dignidade. E o
fruto do nosso trabalho, que nós colhemos, é, sem dúvida nenhuma, esta eleição,
quando percebemos a receptividade do povo e ao mesmo tempo aquilo que nós
podemos contribuir de uma forma direta, acolhedora. E, mais do isso, quando
este povo se sente incluído, quando vai discutir, por exemplo, o Orçamento
Participativo de Porto Alegre - no qual ele se sente incluído -, demonstrando
claramente que, ali, aquela sua demanda é atendida, que aquela sua luta de anos
e anos que vinha sendo prorrogada pode ser atendida com o conjunto dos seus
colegas, dos seus vizinhos, dos seus moradores, fazendo a contemplação daquele
sonho que há muito tempo vinha sendo adiado.
Nesse sentido, nós queremos dizer
que vamos continuar lutando para que Porto Alegre não seja só exemplo para o
Estado, lutaremos para que ela seja exemplo para o mundo como uma forma não só
de democracia participativa, mas também como uma Cidade de hospitalidade e
carinho a todo o porto-alegrense e àqueles que aqui chegam. Muito obrigado. Até
a próxima.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Está encerrado o período destinado às Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 4751/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 045/04, que aprova
projeto urbanístico para área da Rua Voluntários da Pátria abrangida pelo
Programa Integrado Entrada da Cidade.
PROC. N.º 4576/04 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 014/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que modifica a Lei Complementar n.º
434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (PDDUA), com as
inclusões de novo § 4º no art. 92, renumerando os demais, mantendo o regime
urbanístico da UEU para novas edificações até que seja instituído o regime
urbanístico específico para AIC, e de parágrafo único no art. 161, fixando
prazo até 31 de dezembro de 2004, para que os projetos e as regulamentações não
executadas nos prazos definidos neste artigo sejam completados.
PROC. N.º 4681/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
197/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Rua Hermes de Souza um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro
Sarandi.
PROC. N.º 4716/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 110/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que denomina Plenário Ana Terra o
Plenarinho da Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC. N.º 4238/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 189/04, de autoria dos
Vereadores Raul Carrion e Margarete Moraes, que dispõe sobre a reserva de vagas
para pessoas portadoras de deficiência (PPDs) na contratação do serviço
terceirizado pelo Executivo Municipal, bem como para estágios oferecidos pelos
órgãos públicos do Município.
3.ª SESSÃO
PROC. N.º 2300/98 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 109/98, de autoria do
Ver. Renato Guimarães, que denomina Rua da Poesia um logradouro irregular,
localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. N.º 4320/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 192/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Incentivos ao Desenvolvimento da
Área Central de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. N.º 4432/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 194/04, de autoria do
Ver. Renato Guimarães, que autoriza o executivo Municipal a construir um
monumento em homenagem à luta pela inclusão social e acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, na Praça Raymundo Scherer, no Bairro Jardim Botânico.
PROC. N.º 4493/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 109/04, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Egydio Pedro
Flach.
PROC. N.º 2637/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 115/04, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Praça Isa Castellano de Almeida o logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro conhecido como Chapéu do Sol.
PROC. N.º 4202/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 187/04, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que institui a Feira do Disco Vinil na Rua Uruguai.
PROC. N.º 4364/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 106/04, de autoria do Ver.
Professor Garcia, que concede o Prêmio Não às Drogas ao Soldado João Luiz
Correa Motta.
PROC. N.º 4390/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 107/04, de autoria do Ver.
Professor Garcia, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao
Senhor Fábio Fernandes Santos Silva.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Srª Vereadoras, há
em Pauta, no meu entendimento, três Projetos muito importantes.
O primeiro, o Prefeito encaminha à
Câmara Projeto da nova Vila dos Papeleiros, para que seja estudado e aprovado,
ou não, por esta Casa. Ainda bem que nós teremos uma assessoria qualificada
para orientar os Srs. Vereadores em Projetos dessa natureza, dessa monta. Em
princípio, não gostaria que a nova Vila dos Papeleiros fosse feita naquele
local. Um local muito próximo ao Centro e próximo de moradias que já estão
reclamando há muito tempo dessa Vila dos Papeleiros, que, realmente, tem
trazido muito incomodo à população. Muitos fatos não-honestos têm ocorrido na
região, e acho que temos de cuidar desses detalhes também, além dos detalhes
urbanísticos.
O outro Projeto importante é do
Ver. João Antonio Dib, que, em função das Áreas de Interesse Cultural,
esclarece que qualquer alteração no detalhamento dos índices deve ser feita por
lei, e, enquanto não vier a lei, os Projetos, ao menos até 31 de dezembro deste
ano, deverão ser aprovados de acordo com o Plano Diretor. Nesse ínterim, o
Executivo deverá mandar a lei que altera os índices do Plano Diretor para as
Áreas de Interesse Cultural. Não pode enviar por Decreto, porque é ilegal; o
Executivo sabe. Então, esse Projeto do Ver. João Antonio Dib esclarece,
determina que deverá ser enviada a lei e dá um prazo para que qualquer Projeto
dentro desse prazo seja aprovado de acordo com o Plano Diretor, e não com o
Decreto ilegal.
Outro Projeto importante, muito
importante para a Cidade - e aqui quero cumprimentar o Ver. Beto Moesch -, é o
Projeto que institui o Programa de Incentivos ao Desenvolvimento da Área
Central de Porto Alegre. Há quanto tempo se fala da situação do Centro de Porto
Alegre, e rara ou nenhuma medida tem sido tomada!? Pois aqui está um Projeto
concreto, efetivo, objetivo, que orienta, incentiva e estimula as pessoas a
investirem no Centro, tão degradado que está. É uma tristeza quando se vai a um
edifício um pouco mais alto do Centro e se olha ao redor: vêem-se prédios
descaracterizados, sem pintura - alguns estão pretos de tão antiga a pintura -,
cheios de limo. Pois aqui está um Projeto que incentiva, que permite que as
empresas abatam dos seus impostos municipais parte dos recursos investidos na
melhoria dos prédios, dos locais, dos terrenos, no Centro, dentro de uma regra
muito boa, dentro de um prazo adequado. Aqui está um Projeto sério para que
nós, Vereadores, possamos analisar e implantar. Nós precisamos e temos
responsabilidade com a melhoria do Centro de Porto Alegre, que ainda é o
coração desta Cidade, mas que está em situação de elevada deterioração.
Parabéns ao Ver. Beto Moesch pela excelência do seu Projeto.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
Encerrada a discussão de Pauta.
O Ver. Beto Moesch está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; a quem parabenizo pela reeleição;
Vereadoras e Vereadores, como falo em tempo de Comunicação de Líder, obviamente
não vou discorrer sobre o desempenho deste Vereador. Todavia, aproveito para
agradecer à sociedade porto-alegrense a confiança depositada em nós a fim de
que possamos continuar o trabalho para a cidade de Porto Alegre.
Mas os problemas da Cidade e do
Estado do Rio Grande do Sul continuam, e nós não podemos, obviamente, mesmo um
dia após a eleição, deixar de tratá-los, de discuti-los, de pautá-los.
Muitas vezes eu vim a esta
tribuna, Verª Sofia Cavedon - também reeleita, a quem manifestamos os nossos
parabéns -, para dizer do descaso da Administração da cidade de Porto Alegre
com relação aos seus parques, com relação às suas reservas ecológicas. Sobraram
recursos da 3ª Perimetral - milhões, dezenas de milhões de reais -, e nada,
absolutamente nada, foi aplicado no Parque Mascarenhas de Moraes, no Morro do
Osso, dentre várias outras unidades de conservação desta Cidade tão importantes
como patrimônio cultural e ambiental para nós.
Mas esse não é um problema
restrito à cidade de Porto Alegre. O Governo do Estado, tanto na gestão da
Administração passada quanto na atual, também não conseguiu resolver o
problema, Ver. Dr. Goulart - a quem também parabenizamos pela expressiva
votação, nossa voz da Saúde na Câmara de Vereadores -, da principal unidade,
talvez, de conservação do Estado do Rio Grande do Sul, parte dela dentro do
Município de Porto Alegre: o Parque Estadual Delta do Jacuí. Vivem ali 15 mil pessoas,
ali estão as pessoas mais pobres e as mais ricas da cidade de Porto Alegre. São
22 mil hectares do que deveria ser uma reserva ecológica. E volto a insistir: o
Governo do Estado, Administração passada e a atual, não conseguiu resolver esse
problema por falta de sensibilidade ambiental - insisto em dizer isso -, e cabe
a esta Câmara de Vereadores, mesmo sendo Parque Estadual, mas por estar no
território do Município de Porto Alegre e por estarem lá cidadãos
porto-alegrenses, fazer a sua parte, para, de uma vez por todas, resolvermos o
terrível impasse social e ambiental do Parque Estadual Delta do Jacuí. Aliás,
poucos gaúchos e porto-alegrenses sabem o que é: são essas ilhas, essas
inúmeras ilhas, que embelezam o nosso Guaíba, e, sem elas, Porto Alegre seria
alagada, Guaíba seria alagada, o nosso clima seria alterado. Deve-se dizer uma
verdade: durante décadas e décadas, o que mais se fez foi muita demagogia, e
não houve soluções concretas para resolvermos aquele impasse.
Na semana que vem, o Conselho Estadual
do Meio Ambiente estará reunindo-se, mais uma vez, em virtude de uma ação
açodada, a meu ver, do Governo do Estado, que, através de um Decreto, extinguiu
o Parque Estadual Delta do Jacuí. Essa ação deveria passar pelo Conselho
Estadual do Meio Ambiente, que, pela Lei nº 10.330, é o órgão superior para
deliberar sobre questões ambientais do Estado. E o Governo do Estado atropelou
o Conselho Estadual do Meio Ambiente, assim como a Administração de Porto
Alegre - dita “popular" - também atropela o Conselho Municipal do Meio
Ambiente nas questões ambientais.
Infelizmente, os nossos Governos
não têm sido sensíveis aos princípios ambientais do Estado do Rio Grande do Sul
no seu todo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Esta Presidência constata que não há quórum para a
continuidade dos trabalhos.
Registro as presenças dos
seguintes Vereadores: Ervino Besson, João Bosco Vaz, Haroldo de Souza, Beto
Moesch, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Cassiá Carpes e Helena Bonumá.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h14min.)
* * * * *